Kombucha: como sair da produção caseira para a comercial
- Stela Patrocínio
- 23 de fev. de 2021
- 2 min de leitura

Não é novidade para ninguém a capacidade e a vontade do brasileiro em empreender, ainda mais em tempos de pandemia, onde os empregos são incertos. Neste cenário, o empreendedorismo surge quase que como uma luz no fim do túnel, abrindo horizontes de possibilidades.
E isso não é diferente no mundo das kombuchas. Eu tenho recebido muitas consultas de produtores caseiros que, percebendo o “boom” do mercado de bebidas saudáveis e probióticas, resolvem sair da informalidade para produzir suas kombuchas comercialmente.
No entanto, para poder comercializar em território nacional, todo estabelecimento produtor e todo produto deve estar registrado no MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Este registro é feito através do portal online Sipeagro, com a data limite estendida para julho de 2021, sob a pena de multa e interdição do local produtor.
O MAPA estabelece algumas exigências com relação ao estabelecimento produtor para que ele possa ser devidamente registrado. Isso quer dizer que, para migrar de uma produção caseira para um comercial, muito provavelmente o produtor vai precisar encontrar um local adequado para implantação da sua indústria, visto que o registro dificilmente é concedido para produções em algum cômodo dentro de uma residência.
O local ideal para instalação de uma produção de kombuchas deve levar em consideração alguns aspectos:
- localização para comercialização escoamento de produção;
- zoneamento urbano;
- impedimentos ambientais;
- existência de indústrias poluentes circunvizinhas que possam contaminar a produção;
Antes ainda de definir o local, vale aconselhar que o produtor procure a prefeitura do município onde o local será implantado para se informar sobre a possibilidade de obter alvará naquele imóvel/terreno. Também é válido procurar o órgão ambiental do estado para avaliar se o local não tem restrição ambiental quanto ao lançamento de efluentes ou outros impedimentos, além dos bombeiros, para avaliar os riscos que o prédio pode apresentar para a ocupação humana.
Estando tudo certo com o local, o produtor pode começar a parte burocrática de abertura de empresa, contrato social, CNPJ, IE, etc. para formalização do negócio. Nesta etapa é imprescindível contratar um bom contador ou um consultor experiente para que seja feita a melhor forma de constituição da empresa conforme o tamanho e previsão de faturamento.
Neste mesmo momento, é ideal que já procure um Responsável Técnico que irá assinar pela empresa e se responsabilizar pelos procedimentos padrão, boas práticas de fabricação e formulação dos produtos. Este profissional necessita ser Químico ou Engenheiro de Alimentos. Para outras profissões, recomendamos consultar o Conselho profissional.
Feito isso, o próximo passo será o de realização das obras de adequação às exigências do MAPA, as quais seguem as Boas Práticas de Fabricação para evitar contaminação cruzada. Essas exigências vão desde os materiais de paredes, pisos, ralos, teto, portas e janelas até as seções necessárias com suas divisões e fluxograma de produção.
Trato deste assunto em meu e-book COMO ADEQUAR UMA KOMBUCHARIA ÀS EXIGÊNCIAS DO MAPA que pode ser adquirido neste link
Caso tenha alguma dúvida, estou à disposição pelo e-mail stela.patrocinio@gmail.com
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